Quando em Braga frequentava o Liceu, começo a escrever nos jornais académicos "A Pátria" e "Canto Académico". Promoveu na mesma cidade uma organização estudantil, na qual se realizavam palestras literárias, fundando "A Alma Nova", de combate anti-monárquico e anti-jesuítico.
Em Coimbra, foi um dos fundadores do Cenáculo, revista crítica e literária, sendo também um dos redactores do "Portugal". Foi um dos membros da comissão académica que promoveu a homenagem a José Falcão, da qual saiu a publicação popular "Cartilha do Povo", publicada em Vila Nova de Famalicão mediante uma subscrição pública. As revistas da época anunciavam que Gonçalves Cerejeira tencionava publicar os livros de versos "Canções Vermelhas" e "Alma Rebelde", assim como também um livro de contos. Colaborou em "O Instituto" (Coimbra) e em "A Arte" (Porto). Apenas publicou "Cinzas" (1896), com recepção de Sebastião de Carvalho, na "Nova Alvorada" e de Sousa Fernandes em "O Porvir", e "Os Bohemios" (1898), no ano em que acabou a formatura.
Em Vila Nova de Famalicão colaborou no jornal "O Porvir", publicando aqui as suas famosas "Palavras Vermelhas" e no jornal "Estrela do Minho". " "Semanário Ilustrado" de Lisboa "Branco e Negro", de 29 de Fevereiro de 1898, caracteriza o seu pensamento de seguinte forma: "Hoje, apesar da melancolia em que o seu espírito parece ainda envolto, evolucionado para uma fase mais humana e positiva, fora de todas as escolas pela sua própria individualidade estética e pensante, com uma educação superior, visando o útil e a humanidade, sem nefelibatices, numa linguagem luminosa e alegre como o nosso sol e o nosso vinho, temperado apenas pela sentimentalidade amorosa e aventureira que caracteriza a alma portuguesa, ..."
A Comissão Municipal do Partido Republicano de Vila Nova de Famalicão homenageou Gonçalves Cerejeira em 1909, mais propriamente em 14 de Novembro no Centro Republicano Bernardino Machado, dez anos após o seu falecimento. A homenagenm constou da instalação do seu retrato na nova sede da comissão republicana famalicense, liderada então por Sousa Fernandes, o futuro presidente da Câmara de Famalicãso a seguir à implantação da República em Portugal. Esta nova sede ficava, conforme nos diz o "Estrela do Minho" de 21 de Novembro de 1909, "instalado num prédio contíguo ao Hotel Vilanovense". Considerou então Sousa Fernandes, na abertura da sessão, que Gonçalves Cerejeira "foi um valioso e dedicado partidário", e quem lhe faz emtão o elogio público é o futuro governador civil de braga, logo a seguir à implantação da República, Manuel Monteiro. A seguir à intervenção de Manuel Monteiro, Bernardino Machado proferiu a comunicação "Têm Liberdade os Monárquicos em Portugal?".
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