quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

aquilino e famalicão

  • "... intuição, essa filha primogénita do génio..."
  • "... para chegar a bom termo da viagem é preciso ser livres!"
Aquilino Ribeiro, Quando os Lobos Uivam
  • "No Romance, o escritor escolhe os episódios; na história, são os episódios que se lhe vêm oferecer."
Aquilino Ribeiro, A Casa Grande de Romarigães





A exposição que se encontra patente no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão e que hoje damos notícia, do Centro Cultural de Paredes de Coura denomina-se "Homenagem a Aquilino: Aquilino Desconhecido". Segundo a agenda cultural do município famalicense, de Janeiro do corrente ano, a exposição é "composta por doze telas que apresentam uma cronologia da vida e da obra do escritor através de textos, ilustrações com documentos e fotografias do escritor em diferentes fases da sua vida, assim como depoimento do autor em relação a acontecimentos específicos do seu percurso, esta exposição contou com a participação do filho do escritor, Aquilino Ribeiro Machado." O que aqui gostava de realçar, aproveitando a exposição agora patente no referido Museu, são as relações de Aquilino Ribeiro com Famalicão, possivelmente relações mais indirectas do que directas, pelo menos com algumas personalidades e, directamente, numa perspectiva geográfica. Relações com Famalicão?! - estranharão os leitores. Sem sombra de dúvida. Antes de mais nada, pela relação familiar com Bernardino Machado, de quem era genro, porque casado Aquilino com Jerónima Machado, a famosa Gigi das "Notas Dum Pai". Assim, herdou a casa de Romarigães, na medida em que o património pertencia a Elzira Dantas, esposa de Bernardino Machado, por parte do conselheiro Miguel Dantas, de Paredes de Coura, pai de Elzira. Depois, para além desta relação familiar, a amizade que manteve com um famalicense, Nuno Simões. Jornalista, político, ministro, advogado e republicano, com homenagens portuguesas e brasileiras, filantropo, não sabemos propriamente o início da relação de amizade de Nuno Simões com Aquilino Ribeiro. Apesar de tudo, temos uma recensão de Aquilino a um livro de Simões com o título "Águas Mortas: imagens da vida que passou" (1915), obra que corresponde a uma selecção de textos publicados que Simões entretanto escreveu para o jornal portuense "O Primeiro de Janeiro". O texto de Aquilino é publicado inicialmente no jornal "A Capital" e será reproduzido no jornal famalicense "Estrela do Minho" (Ano 22, n.º 1100, 5 Nov. 1916), relacionando a escrita de Simões com Fialho de Almeida. Dessa relação de amizade,´no espólio e na biblioteca particular de Nuno Simões, à guarda da Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, nos livros de Aquilino as dedicatórias a Simões são uma constante. A terceira referência que gostaria de salientar diz respeito à colaboração de Aquilino no jornal fundado por Simões em Lisboa, com o título "A Pátria", cinjindo-se tal colaboração a "Letras e Literatos", um conto ("Nos Altos Montes") e a umas impressões de viagem que Aquilino então fez pela Europa em 1920. Essas crónicas focam particularmente a vida na Alemanha. A quarta relação com Famalicão, a tal directa, pelo menos geograficamente, diz respeito à evocação que Aquilino efectua a Riba d`Ave e, mais propriamente, aos seus operários têxteis, no livro "Quando os Lobos Uivam", livro, aliás, que lhe trouxe então alguns dissabores com a justiça. Efabulou a vila com o nome de Riba do Pisco.























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