quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

a república chegou a famalicão



ACTA N.º 1
JURAMENTO E POSSE


Aos oito dias do mês de Outubro de mil noveentos e dez, em Vila Nova de Famalicão, no Paço do Concelho, e sala nobre das sessões públicas, onde se achava reunido o povo desta vila e concelho, pelas onze horas e meia da manhã, compareceu o excelentíssimo cidadão Joaquim José de Sousa Fernandes, administrador do concelho, que declarou que em nome do Governo provisório da República do qual acabava de ser constituído delegado nomeava ali publicamente o nome dos cidadãos que como membros da Comissão Municipal Republicana, deste concelho, passavam desde este momento e de conformidade com as instutições do referido Governo Provisório a ocupar os lugares de vereadores. / Estes cidadãos foram em voz alta proclamados da forma seguinte: como efectivos - António de Araújo Costa, Francisco Maria de Oliveira e Silva, Zeferino Bernardes Pereira, Alfredo Rodrigues da Costa, Augusto de Sá Pinheiro Braga, Domingos Lopes da Silva e Teófilo Vaissier; e como suplentes - João Gomes Correia de Abreu, Manuel Pinto de Sousa, Constantino de Almeida Matos, Abílio Gomes Ferreira da Costa, António Correia Machado, Augusto Pereira Sampaio e Manuel de Araújo Monteiro. / Os sete primeiros cidadãos tomaram imediatamente assento, após o que o senhor António da Costa que ocupou a cadeira da presidência, tomou a palavra para congratular-se com o advento da República, agradecer a honra da sua investidura naquele lugar, e prometer durante o tempo que o ocupasse zelar os interessers do município com a máxima dedicação. / O cidadão Alfredo Costa por seu termo fez declarações semelhantes e pediu licença para ali tornar pública a adesão ao novo regime do reverendo padre Manuel da Costa Freitas Reis. / O cidadão Francisco Maria de Oliveira e Silva fala também no mesmo sentido e por último pedem ainda para falar o cidadão Daniel Augusto dos Santos, presidente que foi da extinta Câmara Municipal para declarar que com a mesma dedicação com que serviu o deposto regime monárquico, passava a aderir ao regime que a República caba de inaugurar, e isto por se convencer de que as tradicionais instituições monárquicas já não podiam satisfazer ao interesse da nossa Pátria. / Como este também o cidadão António Ângelo Pinheiro da Gama, se declarou aderente ao novo estado de coisas políticas. / E por nada mais haver a tratar encerrou-se a sessão aos gritos de Viva a República. E eu António Ferreira de Matos, secretário, a subscrevi. / Sousa Fernandes, Araújo Costa, Oliveira Silva, Zeferino Bernardes Pereira, Alfredo Rodrigues da Costa, Lopes da Silva.




Sousa Fernandes

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