inquestionavelmente, uma reportagem para o dr. manuel sá marques, com um abraço de amizade fraterna
- A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, o Museu Bernardino Machado e as edições Húmus comemoraram a data de nascimento de Bernardino Machado, mais precisamente os seus 160 anos, com a apresentação do III Volume, Tomo I da Política (1883-1907). O evento decorreu no Museu Bernardino Machado, no dia 28 de Março pelas 15h00, em Vila Nova de Famalicão, com a presença do vereador da Cultura e Vice-Presidente da Câmara Municipal Famalicense, Dr. Paulo Cunha, assim como com a do prof. Norberto Cunha, coordenador científico do mesmo Museu e o responsável pelas Obras de Bernardino Machado. Nas palavras do Dr. Paulo Cunha, ao enaltecer inicialmente o trabalho do prof. Norberto Cunha, considerando a sua missão de trazer à luz as Obras de Bernardino Machado, as quais vão assim ao encontro não só da comunidade científica, como igualmente da comunidade famalicense, realça, num segundo plano, o facto de se ter já editado textos do cientista, do pedagogo e agora da política, textos políticos que nos trazem as virtudes de Bernardino Machado no seu desempenho e do seu pensamento político. Desta forma, a conclusão a que chegou o Dr. Paulo Cunha foi que o pensamento político de Bernardino Machado é mais actual do que se pode pensar. Desta forma, a Câmara Municipal tem a responsabilidade de pensar o passado para o futuro através do que Bernardino Machado nos presenteia, nomeadamente perante este Tomo I da sua obra política, para um futuro melhor.
O prof. Norberto Cunha, o coordenador científico do Museu e das Obras de Bernardino Machado, com o Dr. manuel Sá Marques, neto de Bernardino Machado
- Por seu turno, o prof. Norberto Cunha enalteceu a conjunção dos esforços entre o vereador e o Presidente da Câmara Municipal, Arq. Armindo Costa, assim como os recursos humanos do respectivo Museu, para a concretização dos projectos, nomeadamente as respectivas Obras de Bernardino Machado, assim como os que aí se avizinham, caso dos Encontros de Outono, e os que decorrem, por exemplo, o IV Ciclo de Conferências "As Mulheres e a I República", salientando a projecção do Museu a nível regional e nacional. Relativamente ao I Tomo da Obra Política, se até 1903 Bernardino Machado era considerado o maior pedagogo português, acreditando não só na instrução profissional, como igualmente no papel da escola para a formação de cidadãos, o que o volume revela é que não foi Machado que mudou (e aqui está presente a sua adesão ao Partido Republicano em 1903), mas foi, isso sim, a Monarquia que o mudou, na medida em que a liberdade é uma condição de sociabilidade e de acção. Por outro lado, os textos deste I Tomo da Obra Política revelam a ponte entre a instrução e a política, porque a política é indissociável da instrução, até porque na escola se realiza a polis, se aprende a ser livre e sociável, na escola se faz a ética. É aqui que podemos ser melhor cidadãos em defesa da liberdade. Estes textos revelam ao mesmo tempo, a independência moral e política de Bernardino Machado e a intemporalidade do seu pensamento, a sua coerência moral. Para Bernardino Machado, a política não é uma religião, não é um dogma, apenas existem pessoas com outras visões sobre o mundo.
O vereador da Cultura Dr. Paulo Cunha e o Prof. Norberto Cunha, coordenador científico do Museu e das Obras de Bernardino Machado
- Anunciando os futuros Tomos da Obra Política, caso do II (1908-1910), ou o III (1910-1914), esperando-se a publicação, pelo menos, de VII Tomos, realçando o grande opositor doutrinal que foi Bernadino machado ao salazarismo, o prof. Norberto Cunha terminou por salientar as anotações aos factos e aos acontecimentos que os textos contêm e a terminologia específica de algumas palavras já em desuso e usadas por Bernardino Machado, especificando os seus sinónimos, e focando a introdução que realizou para uma maior compreensão do pensamento político de Bernardino Machado. A introdução denomina-se "Bernardino Machado: do monárquico liberal e republicano (1882-1907)". Encontra-se dividida em sete partes: i) O deputado regenerador (1882-1883); ii) Oposição às políticas monárquicas antiliberais e de engrandecimento ao poder real (1894-1895); iii) Grão-Mestre da Maçonaria (1895-1899); iv) Em trânsito para a mudança (1897-1903); v) Na senda do republicanismo (1903-1905); vi) Das eleições ao neo-monarquismo (1906-1907); vii) Em defesa da República.
Um aspecto do auditório
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